Memória do paladar
Lá em casa, a ceia de Natal começa a ser preparada cedo. Isso acontece até hoje, porém, na infância é tudo maior, mais bonito. Dias antes, compra-se o requeijão e azeda-se o repolho, para que estes sirvam de recheio para o prato típico dos poloneses: o pirogue. Natal sem pirogue, não é Natal.
De tarde, parte da família chega para ajudar a preparar, a anciã faz a massa, orientando aos outros com os próximos passos. A mesa da cozinha está cheia. Uns abrem a massa, outros colocam o recheio, outros fecham o pequeno “pastel” com garfos, outros colocam-nos para cozinhar. As crianças sempre se encarregavam de fechar os “pastéis” com os garfos, uma grande responsabilidade, já que se eles abrissem, adeus recheio…
Antes da ceia, repartimos um tipo de hóstia não consagrada entre todos os membros da família, outro costume polonês. A carne recheada borbulha na panela, enquanto os melhores momentos em família acontecem. Pena que esses momentos não voltam, restando apenas as lembranças do que um dia era perfeito.
Obrigada, Shius…
Christel Assante
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